domingo, 12 de dezembro de 2010

Billy Elliot (2000)

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O filme conta a trajetória de um menino de 11 anos que descobre seu talento como bailarino. A história se passa na cidade fictícia de Everington (UK) durante a greve dos mineiros no governo da dama de ferro Tatcher, por melhores condições de trabalho, mostrando com certo humor o empobrecimento da classe média da época, inclusive da família Elliot. Entre manifestações nas ruas, preconceito, machismo e desintegração da família com a morte de sua mãe, Billie encontra uma fuga na paixão pela dança. Depois uma aula de boxe fracassada, o garoto entra sem intenção na sala de balé onde algumas meninas são treinadas por Mrs. Wilkinson (Julie Walters), que vê no menino um grande talento a ser trabalhado e concorda em ensiná-lo escondido de sua família. O filme mostra seus avanços, com cenas divertidíssimas que nos matam de inveja da liberdade e despreocupação do menino dançando pelas ruas, sem se importar com os outros. Quando seu pai, Jackie Elliot (Gary Lewis),finalmente descobre o que Billy vem fazendo ao invés de freqüentar aulas de boxe, o agride, ofende e o proíbe de voltar às aulas mas logo o preconceito some, vendo uma nova oportunidade surgir para seu caçula, salvando-o da vida difícil de minerador de carvão. Outro ponto interessante é a personalidade do único amigo de Billy, Michael (Stuart Wells), que o julga gay devido ao interesse por dança, e decide mostrar seu afeto ao aspirante a bailarino. Como poucas crianças de 11 anos e devido ao seu histórico familiar, Billy o entende e segue com a amizade que dura por muitos anos. A cena entre eles que mais comoveu foi a despedida, quando Billy segue para outra cidade se profissionalizar na dança, ele corre até o seu amigo, recebe um beijo na bochecha e desce a rua sob os olhares de seu fiel e companheiro de infância. A descoberta da sexualidade, num filme com pré-adolescentes, poderia ter sido transformada em algo vulgar ou explícito, mas o roteirista soube trabalhar bem esse ponto, discutindo homossexualidade e preconceito, casamento, sexo e desejo sem nenhuma apelação e com sensibilidade rara. O filme surpreende também pela perfeita atuação de Janie Bell que interpreta Billy, deixando de lado os trejeitos infantis tradicionais e agindo como uma criança comum confusa entre preconceitos, vontades e críticas nesta fase de construção de valores. Bell é um ator nato, excelente dançarino e acredito que a própria experiência de ter se tornado um dançarino profissional em sua vida, tenhas sido refletido na composição do seu personagem. Outro destaque é Julie Waters como a fumante professora, frustrada por não ser bailarina profissional e que enxerga no menino a sua redenção. Não foi à toa que Waters foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante. O bom de Billy Elliot é que o filme não tem pretensão nenhuma em passar uma lição de vida e sim nos fazem refletir sobre a nossa realidade e no que podemos transformá-la, seja enfrentando pais, greves, preconceitos, examinadores pernósticos e classe social. A cena final é totalmente espera, mas mesmo assim não deixa de emocionar. A trilha sonora, por conta de Stephen Warbeck, é riquíssima e mistura rock, punk, musica clássica e som de grevistas enfurecidos. Infelizmente não foi lançada no Brasil, mas abaixo segue seleção de músicas e tamém as peaasgens que foram gravadas no CD: 1. "Cosmic Dancer" - T. Rex 2. Boys Play Football 3. "Get It On (Bang a Gong)" - T. Rex 4. Mother's Letter 5. "I Believe" - Stephen Gately 6. "Town Called Malice" - The Jam 7. Sun Will Come Out 8. "I Love to Boogie" - T. Rex 9. "Burning Up" - Eagle-Eye Cherry 10. Royal Ballet School 11. "London Calling" - The Clash 12. "Children of the Revolution" - T. Rex 13. Audition Panel 14. "Shout to the Top!" - The Style Council 15. "Walls Come Tumbling Down" - The Style Council 16. "Ride a White Swan" - T. Rex Escrito por Lee Hall e dirigido por Stephen Daldry, o filme se tornou um musical de sucesso em 2005, conquistando platéias ao redor do mundo. Dotado de uma inteligência e sensibilidade única, "Billy Elliot" já surge como um dos mais importantes filmes ingleses dos últimos tempos. Excelente!